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Fundação Amigos do Mundo Incorporada. para o meu mundo.

Programa de crescimento pessoal.

Módulo 1

Urbanidade de Manuel Carreño.

Deveres para com nossos pais.

Segunda parte.

O filho finalmente nasce, à custa de um sofrimento cruel!

O seu primeiro sinal de vida é um gemido, como se o destino estivesse ali para recebê-lo nos braços, para imprimir na sua testa o selo de dor que deve acompanhá-lo na sua peregrinação do berço ao túmulo.

Naturalmente, os pais rodeiam-no de amor, saúdam-no com o beijo da bênção, esbanjam-no com as suas carícias, protegem a sua fraqueza e a sua inocência.

Aí começa aquela série de cuidados requintados, contemplações, condescendências e sacrifícios, que triunfam sobre todos os obstáculos, todas as vicissitudes e até a própria ingratidão, e que só terminam com a morte.

Os nossos primeiros anos roubam aos nossos pais toda a paz de espírito e privam-nos, a cada passo, das alegrias e confortos da vida social.

Durante aquele período da nossa infância em que a natureza nos nega a capacidade de atender sozinhos às nossas necessidades. Fase em que os nossos órgãos estão demasiado fracos e impressionáveis, qualquer pequeno acidente pode alterar a nossa saúde e possivelmente comprometê-la para sempre.

O seu cuidado afetuoso e constante compensa o nosso desamparo e nos defende dos perigos que nos cercam por toda parte.

Quantas preocupações, quantas ansiedades, quantas lágrimas as nossas enfermidades não te custam!

Quanta vigilância eles têm que exercer sobre a nossa falta de previsão! Quão inesgotável deve ser a sua paciência no cuidado de nós e na busca do nosso bem, na luta aberta com a nossa ignorância absoluta, bem como com a vontade caprichosa e turbulenta dos primeiros anos!

Quanta consagração, quanto amor para nos conduzir através de tantos riscos e dificuldades, até a idade em que a nossa inteligência começa a nos ajudar!

Assim que descobrem em nós um vislumbre de razão, apressam-se a iniciar a árdua e importante tarefa da nossa educação moral e intelectual; e são eles que imprimem em nossa alma as primeiras ideias, que servem de base para todos os conhecimentos e padrões subsequentes para empreendermos o espinhoso caminho da vida.

Seu primeiro cuidado é nos fazer conhecer a Deus. Quão sublime, quão augusta, quão sagrada parece então a missão de pai e de mãe!

O coração transborda de gratidão e ternura, considerando que foram eles os primeiros que nos fizeram formar uma ideia daquele ser infinitamente grande, poderoso e bom, diante do qual todo o universo se prostra, e nos ensinaram a amá-lo, a adorá-lo. ele e pronunciar seus louvores.

Depois de nos fazerem saber que somos criaturas daquele ser imponderável, enobrecendo-nos assim aos nossos próprios olhos e santificando o nosso espírito, não deixam de nos fornecer conhecimentos úteis de toda espécie com os quais ensaiamos a vida e nos preparamos para atender. no pleno desenvolvimento das nossas faculdades, no louvável e generoso esforço para enriquecer o nosso coração com virtudes, e o nosso entendimento com ideias úteis para nós e para os nossos semelhantes, não omitem nenhum esforço para nos fornecer o ensinamento.

Por menor que seja a sua fortuna, mesmo quando estão condenados a um árduo trabalho pessoal para ganhar a vida, fazem sempre as despesas necessárias para frequentar os estabelecimentos de ensino, fornecer-nos livros e pagar os nossos professores.

E quantas vezes vemos esses mesmos pais se submeterem voluntariamente a todo tipo de privações, para evitar que o curso de nossos estudos seja interrompido!

Uma vez terminada a nossa educação e já formados, à custa de tantos esforços e sacrifícios, isso não significa que os nossos pais nos abandonem. A sua sombra protectora e benéfica cobre-nos durante toda a vida, e o seu cuidado, como já dissemos, não termina senão com a morte.

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